sábado, 27 de novembro de 2010

Ao viajante...

Essa é para os amigos pensarem, repensarem e apreciarem a Viagem:

'Castelo de Grayskull', Canyon das Bonecas, RS, Brasil.
(Foto: Rodrigo Torres e Samila Ferreira).

"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam.

E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa.

Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: 'Não há mais o que ver', sabia que não era assim. 
O fim duma viagem é apenas o começo doutra.

É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão,

ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto
maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava.

É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles.

É preciso recomeçar a viagem. Sempre. 

O viajante volta já."


José Saramago, em "Viagem a Portugal".

3 comentários:

Ramede disse...

Olá Rodrigo Torres ! Gostei do blog!
Você sabe me dizer se o desenvolvimento em arqueologia náutica no Brasil está crescendo?
Sou estudante de arqueologia , mas tenho pouco conhecimento sobre o assunto...

Rodrigo Torres disse...

Olá Ramede.
A Arqueologia náutica propriamente dita é um ramo da arqueologia focada no estudo e interpretação de sítios de naufrágio. Tecnologia da construção naval antiga é a base da metodologia. As técnicas básicas para estudar esses sítios foram desenvolvidas nas décadas de 60 e 70,e continuam se aprimorando, especialmente com o uso dos aparatos tecnológicos hoje disponíveis. Muito da técnica é a aplicação direta do que a gente faz na arqueologia em terra firme: quadriculamento, escavação e registro detalhado do sítio.

Há sítios de naufrágio tanto embaixo dágua quanto em terra firme. A Arqueologia náutica, portanto, trabalha em qualquer ambiente onde haja embarcações.

A arqueologia subaquática, por sua vez, seria a aplicação das técnicas da Arqueologia em sítios submersos, sejam antigos portos (ex Cesarea, Israel. Alexandria, Egito), registros pré-históricos submersos (ex Sambaquis), cidades portuárias submersas (ex. Port Royal, Jamaica), entre outros, e inclusive os naufrágios, claro.

No Brasil, a Arqueologia náutica esta só começando, mas a arqueologia subaquática já possui uma trajetória acadêmica, iniciada em 1993 com os trabalhos do grupo do CEANS no MAE/USP. Atualmente, o Prof. Gilson Rambelli coordena o Laboratório de Arq. de Ambientes Aquáticos no bacharelado em Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe, aonde está pra começar também o mestrado.

Aonde é o seu curso de arqueologia? Talvez tenha alguém que possa te ajudar a desenvolver uma pesquisa na área. Boa sorte!

Anônimo disse...

Lindo! A viajante chega já. Grande beijo!